Daí a urgência da criação de um sindicato próprio para a modalidade. Mas não com as características sindicais que vêm sendo mantidas desde 1930.
No Governo Temer, com a Reforma Trabalhista se viu esse quadro nefasto e ultrapassado ser mudado quando a Contribuição Sindical passou a ser opcional ao trabalhador. A livre negociação entre empregado e patrão e a cláusula que prevê a criação de comissão de representantes dos empregados dentro de empresas com mais de duzentos funcionários corroboram essas mudanças.
A pejotização – quando um empregado se cadastra como uma empresa para prestar serviços para um empregador – se tornou legalizada. Com isso facilitou a implantação das home-based – empresas situadas em casas.
O sindicalismo moderno deve se ocupar de verificar as condições de trabalho dada aos trabalhadores da categoria que representa e avaliar junto aos mesmos em assembléias se essas condições são as ideais e estabelecerem complementos, se necessário, para depois discutirem com a patronagem e o governo a oficialização. Nisso está incluso os valores dos salários pagos e a forma das gestões se dirigirem aos subordinados.
O melhor meio de os sindicatos formarem suas receitas é através de afiliações. Estas deveriam se tornar obrigatórias a quem quiser contar com o auxílio de um sindicato em vez de caminhar sozinho junto à patronagem nas negociações de direitos.
Além dessa representação e suporte, o afiliado contaria com benefícios como:
Cursos preparatórios e de formação, com credibilidade preferida pelas empresas, para operar nas funções concorridas dentro da categoria que o sindicato representa;
Teste vocacional, incluindo exame psicológico;
Acesso à vagas para trabalho, com direito à carta de recomendação do sindicato;
Assessoria advocatícia, já que a Reforma Trabalhista extinguiu o suporte jurídico dado pelo estado nos processos judiciais trabalhistas;
Assessoria contábil para gestão de finanças em todos os casos e de empreendimento quando o trabalhador é pejotizado;
Acesso à programas de entretenimento e lazer como clubes, viagens, presença em espetáculos com preços diferenciados;
Acesso à serviços médicos e de odontologia com preços diferenciados.
Intermediação junto à instituições financeiras para assessorar o filiado na compra de equipamentos ou em outro tipo de investimento para o qual ele precisa de financiamento.
Como funcionaria o pagamento da afiliação:
O interessado entraria em contato com o sindicato da categoria de trabalho que ele tem interesse de trabalhar nela. Pagaria a taxa de adesão;
Faria o teste vocacional para verificar-se a melhor função dentro da categoria para ele trabalhar;
Faria o curso preparatório, pagando mensalidades, recebendo ao final certificação reconhecida e querida pelas empresas da categoria.
Teria acesso às vagas anunciadas pelo sindicato e se cadastraria para concorrer a elas, recebendo da associação carta de encaminhamento para entrevista, com recomendações.
Uma vez contratado, o filiado pagaria, descontado diretamente em seu salário, a mensalidade da filiação. Enquanto estiver desempregado, continuaria tendo, sem custos, acesso aos serviços básicos do sindicato, como a busca por vagas.
Sempre que o filiado adimplente precisar de serviços médicos, advocatícios, gerenciais ou utilizar as opções de entretenimento e lazer ele entraria em contato com o sindicato para viabilizar inscrições. Pagaria os adicionais daquilo que a mensalidade da filiação não cobrir.
E assim se formaria uma estrutura no campo do trabalho em que os sindicatos laborais seriam vistos como parceiros pelos empregadores e os trabalhadores só teriam que se preocupar em se filiar a eles para o propósito de conseguir emprego. Os sindicatos não teriam apenas a mensalidade das filiações para formar sua receita, pois, atuaria como curso preparatório, agência de emprego, escritório de advocacia trabalhista - que cuidaria, inclusive, de benefícios relacionados ao trabalhador anunciado pelo Governo -, consultoria contábil, agente de Saúde, agente de viabilização de financiamentos, agente cultural e de programação de entretenimento e viagem de férias do trabalhador e sua família.
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